sábado, 22 de dezembro de 2012

NATAL: TEMPO DE LUZ


“Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria.” (Mt 2.9,10).
O nascimento de Jesus é relatado com cenários de muita luz. É luz em meio às trevas. A aparição angelical entre os pastores e a estrela guia dos magos que procuravam o menino Rei, se deram em meio à noite escura. É por isso que as comemorações natalinas ainda nos dias atuais estão repletas de luzes.
No festejo natalino tem muita luz e nos alegramos com seu brilho. Essa luz desperta em nós recordações da infância, nostalgia e ao mesmo tempo é gratificante. Essa luz natalina não tem apenas um sentido estético ela é sim símbolo de algo maior. Quer nos dirigir uma palavra, uma mensagem a nós. A luz eterna quer iluminar o nosso mundo escuro, a nossa “noite escura”.
Isso pressupõe que devemos entender que estamos vivendo num “mundo escuro” e que estamos no meio da “noite escura”. A segurança existencial da humanidade está abalada e obscurecida. Sempre esteve. Tanto para aquelas pessoas que neste natal estão vivendo guerras e consequências destas guerras em seus países, quantas para aquelas outras famílias que vivem sobre o ameaçador perigo da crise econômica. Bem como aquelas pessoas que estão em conflitos existenciais, sem paz, sem alegria, em plena guerra interior. Sem valores morais, sem elevada autoestima. E muitos sem o “pão nosso de cada dia” sobre as suas mesas.
É neste mundo escuro e em meio a esta noite tenebrosa que os raios da esperança que rompem as nuvens sombrias da angústia iluminam a alma da humanidade. E a aparição desta estrela nos enche de profunda alegria. Num mundo escuro onde não sabemos por onde caminhar, onde não sabemos para onde ir essa luz é luz para o nosso caminho e lâmpadas para os nossos pés.
Mas não devemos apenas pensar que o mundo em nossa volta está escuro, senão que o mundo em nosso interior também é escuro e inquietante. Que essa luz não apenas brilhou no mundo externo dos pastores de Belém, nem a estrela guiou o caminho externo dos magos, mas, sobretudo brilhou no mundo e no caminho do interior de cada um deles. Um natal de luz apenas nas vitrines e nos vitrais da catedral não pode iluminar a parte mais escura deste mundo que é coração do homem.
Portanto, as luzes de natal só terá sentido para os homens quando nos dermos conta que precisamos nos tornar “filhos e filhas da luz”.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

“PROFETIZAR” – PROSOPOPÉIA FLÁCIDA PARA ACALENTAR BOVINOS

Entre os novos crentes abundou-se uma palavra de ordem fortemente inserida e usada na liturgia, chamada, ‘PROFETIZAR’. O tempo todo, ou pelo menos, quase o tempo todo, se ouve um comando, ora do ministro de louvor, ora do pregador, que aos berros brada: - Profetiza irmão!, profetiza sobre a sua vida, sua casa, sua empresa, sobre o Brasil, etc, etc.

De tanto ouvir isso, e não entender o que de fato, esses caras querem dizer; decidi verificar se há algum sentido coerente neste linguajar, quase mágico, entre os crentes.

Segundo o Dicionário Online de Português, PROFETIZAR, significa: “Predizer o futuro por inspiração divina. Prever, predizer por conjetura ou acaso.” Enquanto que a palavra PREDIZER, significa: “Dizer antecipadamente o que vai acontecer, seja por meio de regras certas, seja por pretensa adivinhação, seja por conjetura. Prognosticar; profetizar; vaticinar.”

Estariam os crentes predizendo o que vai acontecer no futuro por inspiração divina ou por pretensa adivinhação?

Este ensinamento acerca do ‘profetizar’, tem ganhado força através do ensino de uma doutrina chamada o poder da palavra declarada, ou profetizada, que admite a necessidade do crente em declarar e profetizar a Palavra de Deus, com base no texto de Ez 37.1-10.

Tal ensino convida os crentes a decorar textos adequados da bíblia e utilizá-los em diversas situações ‘profetizando e declarando’ a Palavra escrita à situação ou à pessoas. Isso, segundo este ensino é profetizar. É na verdade, um repetir de textos bíblicos isolados, sem nexo, sem contexto à seu bel prazer, como se o simples repetir do texto tivesse qualquer poder sobre determinadas situações ou pessoas. Para estas pessoas o que eles entendem de Palavra de Deus, chama-se Bíblia, com 66 livros, centenas de capítulos e milhares de versículos. E ao repetir estes textos, eles estão desencadeando uma força, um poder, um mover sobre pessoas e situações, como se tais textos tivesse um poder mágico. Uma espécie de “abracadabra”, de conto infantil.

Também se observa nesta prática o simples declarar, ou desejar algo de bom sobre si mesmo, família, trabalho, empresa, etc. Uma espécie de felicitações, porém revestido de um linguajar mágico-evangélico. Em muitos momentos de louvor o povo é convidado a erguer as mãos e profetizar algo de bom sobre alguém ou negócios, ou sobre a pátria e coisa parecida. Junta-se a estes dizeres o tal ‘ato profético’, que acreditam ter validade no mundo imaterial, ainda que nada de novo ou diferente seja visto no mundo dos reles mortais.

É grande a ignorância no meio evangélico, principalmente entre os que professam essa nova fé. Toda essa construção de fala repousa em um texto isolado e em um termo explorado de diversas maneiras, seja pelo pregador, seja pelos compositores e cantores gospel, e/ou pelo um sem número de ministros de louvor, que estão mais para papagaios, que pra outra coisa fora do gênero. Não acrescenta nada na liturgia senão mais um jargão proferido no meio evangélico.

O que me desespera e me afasta mais da ‘crentaiada’ é a falta de reflexão, a falta do gosto para pensar, ponderar e praticar. Tudo é despejado goela abaixo e engolido sem pensar, e consequentemente sem saborear. É um grupo ofuscado pelos holofotes e pastoreado pela prosopopéia flácida para acalentar bovinos.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A IGREJA-SHOW – UM ESPETÁCULO CARO

A pós-modernidade atingiu em cheio todas as religiões, e a religião cristã não ficou imune a este novo espírito de época. Mas notamos esta influência de forma mais forte entre o movimento evangélico. Aqui, a religião tornou-se um item de consumo. As propostas cristãs foram se transformando em mercadorias que podem ser compradas ou rejeitadas de acordo com os caprichos ou gostos consumistas de cada um. As lideranças, especialmente alguns pastores, bispos e apóstolos, sucumbiram à sedução da tirania das imagens que passaram a serem usadas para seduzir as pessoas, especialmente as mais vulneráveis. Desta forma, em vez de pregadores, ministros da Palavra, tornaram-se profissionais do espetáculo e se utilizam disso para vender suas mercadorias religiosas e seus "kits de salvação", enchendo seus bolsos.

O culto foi transformado em espetáculo no qual alguns fazem o show e os ‘fiéis’ viram plateia. Gilberto Dupas, citando Debord, em seu livro “Ética e Poder na Sociedade da Informação” (São Paulo: Unesp, 2011), explica o que é esse espetáculo litúrgico “...o espetáculo é a reconstrução material da fantasia religiosa, a realização técnica do exílio, a cisão consumada do interior do homem. O espetáculo funciona ‘quase como uma forma de reconstrução material da ilusão religiosa. Ela já não remete para o céu, mas abriga dentro de si sua recusa absoluta, seu paraíso ilusório" (p. 52).

Este espetáculo faz da Igreja Evangélica Brasileira um circo. Quando certos pastores, viram palhaços, "cuspidores de fogo na Igreja", transformam cultos em shows. Buscam na verdade minutos de glória fugaz para si, tratam a assembleia dos fiéis como uma massa de dementes. Com isso causam a alienação do fiel, o qual vira um mero expectador, levando-o a não mais participar plena e ativamente das celebrações e nem compreender e assumir a própria existência: a ser apenas um repetidor mecânico dos gestos de um pastor animador de programa de auditório. Com isso o pregador pop star não "remete as pessoas para o céu", mas as empurra para um "paraíso ilusório" revestido de pura fantasia.

Esta Igreja-espetáculo traz em si as seguintes fraquezas:

1. Infantilidade: Uma igreja infantil formada por "crianças" que são jogadas para cá e para lá pela artimanha de pregadores astutos.

2. Superticiosidade: as pessoas passam a acreditar em qualquer coisa, a multiplicar objetos e kits de salvação e a fetichizar tudo.

3. Fragilidade: não existe mais uma fé sólida porque tudo está revestido de fragilidade em razão da debilidade dos espetáculos religiosos e da superposição de "mercadorias religiosas" propostas pelos animadores dos shows religiosos.

4. Cegueira: a atenção dos fiéis não se volta mais para a pessoa de Jesus Cristo, mas para o fanático e obsessivo pregador de bobagens.

5. Substituição: A Boa Nova é substituída por outro evangelho (Gl 1.6) e o deus pregado é o "deus do ventre" (Fl 3.19), ou seja, a glória, o orgulho, a vaidade e o exibicionismo desses animadores de cultos shows e de programas religiosos baratos e vazios.

É preciso fechar os camarins, esvaziar o palco e cerrar as cortinas desta Igreja-espetáculo no Brasil. O preço que o expectador está pagando é caro demais. Mas quem se habilita?

quarta-feira, 23 de maio de 2012

‘DESIGREJAMENTO’ – A CASA DO PAI CADA VEZ MAIS VAZIA NO BRASIL



Estamos presenciando o fenômeno do desigrejamento; ou seja: gente da “igreja”, mas que, agora, não conseguem nem mais passar na rua da “igreja”. Este fenômeno já foi detectado pelo IBGE. Já somam cerca de 14% o número de brasileiros que se dizem evangélicos, porém não fazem parte de nenhuma igreja instituída. São uma espécie de ‘evangélicos não praticantes’, como acontecia com a Igreja Católica, década atrás, atualmente está acontecendo com a Igreja Evangélica. São pessoas que estão descontentes com a “igreja templo” e prefere sair a confrontar.

Esse desigrejamento que vem acontecendo há pelo menos duas décadas é fruto dos novos “movimentos”, surgidos na igreja evangélica brasileira nos idos de 90, a saber: os movimentos de “crescimento de igreja”, e, sobretudo, dos movimentos Neopentecostais que tiveram na IURD seu berço nacional, mas que se expandiu por quase todas as “igrejas”, exceto algumas “históricas”.

Ao longo dos anos ficou claro que os que pensam, não suportariam aquele surto muito tempo. O superficialismo dos púlpitos custa caro.

Também era óbvio que os enganos apareceriam em meio às inevitáveis frustrações, às doenças que não ficariam curadas pelas “determinações”, às falências não impedidas pelas “palavras rehma”; bem como pelos objetivos financeiros não alcançados pelas muitas correntes; isto sem falar nos inúmeros escândalos financeiros e sexuais, como também pela riqueza escancarada e exacerbada dos “Senhores de Engenho Eclesiástico”.

A miséria disso tudo é que muitos desses “desigrejados” estão se entregando ao cinismo em relação a tudo. Estão magoadas, quase incuráveis, vítimas que foram dessa desgraça que nos assola implacavelmente.

Todavia Deus em sua infinita graça tem levado a muitos a encontrar o verdadeiro Evangelho e milhares também vêm sendo reagrupadas em fé simples.

Espero que, os que saíram como eu, não vivas para sempre mergulhado no cinismo e na mágoa, e que um dia possam ainda renovar seus corações na esperança do genuíno e simples Evangelho.

Enquanto isso não acontece, descobriremos ainda que tardiamente, que apenas o tilintar dos sinos não são suficientes para chamar e trazer de volta o fiel.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O SERVIÇO MÁGICO-RELIGIOSO DA IGREJA EVANGÉLICA BRASILEIRA



O mercado religioso nunca esteve tão em alta no Brasil como agora. De olho neste filão, a Igreja Evangélica Brasileira, na maioria de seus segmentos usam, abusam e reinventam forma e fórmulas para atrair e para fidelizar o cliente (ou fiel).

Na busca da satisfação do cliente, a igreja se ajusta, através da manipulação simbólica, ressignificam elementos rituais, míticos e mágicos da tradição religiosa popular brasileira, visando atender a demanda de clientes inserido em uma sociedade urbanizada e de consumo.

Como “mercado do sagrado”, elas oferecem serviços variados como vidência, tarologia, cartomancia, passes, benzeções, numerologia, entre outros, e prometem a solução de diversos problemas relacionados com a “sorte” e a “boa vida”, embora não use os termos com as palavras descrita acima, o serviço é o mesmo, apenas oferecido de forma inovadora e dentro dos conformes do ‘evangeliquês”.

Se você me pergunta: Então porque a Igreja Evangélica tem crescido tanto? Eis uma resposta, os “consulentes”, ao consumirem os “bens simbólicos” oferecidos pelas “benzedeiras modernas”, além de desejarem que o “seu mundo” seja cada vez melhor, despertam em si mesmos, através do consumo de bens mágico-religiosos, fantasias, emoções, desejos e admiração. Através deles, sua imaginação é constantemente nutrida, realimentando, por sua vez, o consumo variado e freqüente de “serviços” mágico-espirituais. Não é a toa que o “menu” da Igreja está tão variado e sofisticado.

Ainda mais, o cliente brasileiro nutre o consumo da imaginação desencadeada pelos “bens simbólicos” oferecidos nas igrejas, nas quais os serviços mágico-religiosos podem fornecer ferramentas para “sonhos-acordados”. Não é por menos que a tônica tem sido cantar e pregar sobre os “sonhos de Deus” para a vida do cliente.

Na verdade, tudo isso é uma lógica de mercado. Onde o templo é uma loja, o púlpito um expositor de iguarias, o fiel, o cliente ávido para consumir, e as demais ‘lojas’, concorrentes. A diferença é que neste mercado não existe o Código de Defesa do Consumidor (Religioso), sendo lesado, lesado fica.

sábado, 17 de março de 2012

PENIEL – ENDEREÇO ERRADO PARA O GÓLGOTA



No Programa de Conversão das Igrejas que participam do Movimento de Crescimento da Igreja, chamado de “Encontro com Deus”, Peniel é uma palestra que podemos chamar de “Tratamento de Choque”, onde o indíviduo é levado ao confronto com ele e com Deus. É o lugar onde segundo dizem os ‘programadores’ em que se alcançam junto ao participante os seguintes objetivos:

1. Leva-lo ao arrependimento - nós tornamos seres desprovidos de humildade.
2. Leva-lo ao propósito certo. Fazemos tantas coisas que Deus não nos mandou fazer.
3. Leva-lo a estar face a face com Deus. Tudo muda quando vimos a Deus. Jacó estava em Peniel e toda a sua vida foi mudada. Seu nome foi mudado de Jacó para Israel. Seu caráter foi mudado. (Ele era usurpador e seu nome de fato significava: USURPADOR, MAU CARÁTER. ETC.) Jacó sentiu profunda dor neste lugar. Você também sentirá esta dor, porém sairá daqui completamente curado e com uma nova identidade. (II Cor. 5;17) [http://correndoparadeus.blogspot.com.br/2009/02/peniel.html].

Pelo que se observa na introdução da lição sobre o Peniel, toda idéia é apenas assinalar para demonstrar que “Peniel é um lugar de encontro com Deus”. (Gn. 32.30).

Fico admirado com a hermenêutica simplista dos manos do Movimento. Também me surpreendo com o método de colagem da mensagem no texto, ou seja, eu tenho uma idéia, uma mensagem, e colo ela no texto como se o simples fato de ‘torcer’ o texto fazendo com que ele se amolde ao meu bel prazer fosse suficiente para argumentar que minha idéia é bíblica ou pelo menos está na Bíblia.

Eu quero apenas dizer o que significa Peniel no texto nu e cru.

Peniel (em hebraico: פְּנוּאֵל), também conhecido como a "face de Deus", é um lugar não muito longe de Sucote, a leste do rio Jordão e ao norte do rio Jaboque. É também chamado de "Penuel", que significa "Eu vi um ser divino cara a cara, mas a minha vida foi preservada". Lá Jacó lutou (Gênesis 32:24-32) "com um homem" ("o anjo", Oséias 12:4. Jacó disse dele: "Eu vi Deus face a face") "até ao romper do dia ". [http://pt.wikipedia.org/wiki/Peniel]

A expressão mais usada para levar os irmãos ao Encontro com Deus é a idéia de ver Deus face a face, daí a ênfase do encontro de Jacó com a divindade no Jaboque. Enquanto programa da Igreja, o “Encontro com Deus”, é uma ferrementa de trabalho, mais não se sustenta biblicamente, por isso meu conselho é que os programadores não deveria ficar enchendo a cabeça dos participantes com 'estória pra boi dormir', por exemplo, dizendo que, assim como Jacó encontrou com Deus, aqui você também vai encontrar com Deus e sua vida vai mudar, etc. Deveria sim, simplesmente assumir que é um programa de conversão da igreja.

Digo isso posto que devemos ler o AT a partir da luz do NT. Neste prisma o NT nos ensina que a “Face de Deus”, já não se encontra num determinado local geográfico, como no Jaboque ou Peniel, também não se alcança numa suposta “luta, batalha, esforço, etc”, mas se ver na Pessoa Bendita do Senhor Jesus Cristo, como disse João em sua 1ª Carta 1.1: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam — isto proclamamos a respeito da Palavra da vida.” O Deus escondido que Jacó não conseguiu ver, nem os irmãos conseguem ver em seus ‘encontros’ é o Senhor Jesus, que segundo escreveu Paulo,  "é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”. (Cl 1.15)

Ora, esse Cristo se revela pela mensagem do Evangelho, quando lido, ensinado e crido pelo poder do Espírito Santo.Se existe um lugar onde de fato podemos encontrar com Deus, este lugar é o próprio Cristo, lugar esse que nunca, será substituído por qualquer programa, procissão, rota de fé, peregrinação ou similares.

Se tu queres o Jaboque é porque não conheceste o Gólgota!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

CARNAVAL – ENTRE A ALEGRIA PROFANA E A TRISTEZA DA PENITÊNCIA

Segundo a Wikipédia, “o carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar que tem suas origens na Antiguidade e recuperadas pelo Cristianismo, que começava no dia de Reis (Epifania) e acabava na Quarta-feira de cinzas, às vésperas da Quaresma.” A palavra "carnaval" a carne vale, ou seja, adeus à carne é uma espécie de último momento de alegria e festejos profanos antes do período triste da quaresma, quando a Igreja Católica relembra os 40 dias de Jesus Cristo no deserto e convida seus fiéis a um período de privação, penitência e meditação.

Já se vê que nesta ligação de propósitos históricos a Igreja e seu calendário Gregoriano, fixa o carnaval como uma festa de alegria, como antecedente à tristeza que será a Quaresma.

Seria a Igreja contra a alegria? Ao riso? Ao colorido? Ao que parece sim. A Igreja Católica e o Estado Feudal impuseram às cerimônias oficiais um tom sério e sisudo, como uma forma de combater o riso, ritual dos festejos, que em geral descambavam para as permissividades.

Somente no Concílio de Trento em 1545 é que a Igreja passou a tolerar melhor a festa e até a estimulá-la, com o Papa Paulo II. No Concílio de Trento, entra o carnaval em pauta, reconhecido como uma manifestação popular de rua importante e, portanto, não devendo ser hostilizado pelo Clero.

Os Evangélicos não tem tolerância à festa. Eles abandonam as cidades, fecham os templos e se retiram para meditar longe do barulho dos tamborins.

A ideia no geral entre os crentes é que esta festa é lugar de atuação do "capeta". Lugar de permissividade. Embriaguez. Prostituição. Morte etc. Não estão errados! Pois essa é uma realidade triste. No entanto não devemos imaginar que tais coisas ocorrem apenas nestes dias. Embora nestes dias a intensidade seja maior, essa é a realidade de um mundo caído.

Fazer atos proféticos, amarrar as legiões que atuam no carnaval e outras mandingas de crente é perca de tempo. O carnaval veio pra ficar. É como reconheceu o Concílio de Trento, uma manifestação popular de rua importante.

 E não é só importante do ponto da cultura popular, mas também do ponto de vista econômico. Ano passado, as escolas de samba de São Paulo investiram cerca de R$36,8 milhões de reais, enquanto os turistas, que vieram para a cidade especialmente para assistir os desfiles, deixaram na cidade cerca de R$51 milhões de reais. O fluxo de pessoas e de serviços é tão dinâmico que fica impossível medir com precisão quantas pessoas é contratado para suprir a demanda indireta do carnaval no setor de serviços, no comércio, nos hotéis e em atividades relacionadas ao turismo. Segundo a Revista Exame, a indústria do carnaval no RJ gerou este ano cerca de 250 mil empregos.

Penso que o carnaval tem seu lado negativo sim, mais a Igreja não pode imaginar que tudo ali são perversão e prejuízo. Não devemos promover uma ‘fogueira de caça as bruxas’ somente no carnaval. As mesmas perversões que se faz no carnaval de rua diante de nossos olhos, são as mesmas que se faz no oculto de nossos olhos. A diferença é que aqui a perversão fica mais saliente, depois do carnaval fica mais camuflada.

Não devemos pregar contra manifestações populares, mas contra a degradação do ser humano.

Carnaval é uma euforia descomprometida, alegria, festejos. Que outra coisa não é senão “bobagem”. Nas palavras de Salomão: “Vaidade”.

No adeus à carne a alegria é uma ilusão. Na tristeza da penitência o choro é a semente da paz que brota pela justificação em Cristo. Seja no carnaval ou em outras ocasiões, alegre-se. Mas nunca se esqueça de passar no cantinho da tristeza, aquela tristeza que gera arrependimento para a vida.

Não curta apenas a alegria que mata. Curta a tristeza que faz viver.

Feliz carnaval e boa quaresma! (rsrsr)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

POR QUE DEIXEI DE SER PRÉ-MILENISTA: A FARSA DO “RAPTO”

Os Pré-milenistas afirmam que em qualquer momento, sem sinais ou anúncio, haverá um Rapto. (1 Ts 4:13-17; Mt 24:40-41; 25:13). Por Rapto se quer dizer a vinda súbita e secreta de Cristo para tomar para Si, nos ares, os corpos dos santos vivos e ressuscitados. Os ímpios permanecerão no túmulo. Esta é a segunda vinda de Cristo para os Seus santos e é conhecida como a primeira ressurreição.

Ora, 1 Tessalonicenses 4:13-17, simplesmente não prova um “rapto” súbito e silencioso e uma ressurreição separada dos justos e ímpios. Em vez disso ensina: um retorno visível e notável (grito, voz, trombeta) de Cristo; a ressurreição dos corpos dos santos mortos seguida imediatamente pela translação daqueles que estiverem vivos na vinda de Cristo, sem dizer nada sobre os ímpios; que os santos estarão para sempre com o Senhor deles, sugerindo não que eles retornem a esta terra mundana novamente em seus corpos glorificados, espirituais e incorruptíveis, mas que eles permanecerão com Cristo em glória celestial! Além do mais, o próprio Cristo deixa claro que haverá apenas uma ressurreição: “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação” (João 5:28,29). As Escrituras revelam UMA segunda vinda de Cristo, UMA ressurreição em Sua vinda e UM julgamento.

Baseado no texto do Rev. D. H. Kuiper - http://www.prca.org/prtj/Portuguese/O_Erro_Pre-Milenista-Rev_D_H_Kuiper.htm

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

UNÇÃO ANIMAL – O NOVO CIRCO DOS EVANGÉLICOS


Segundo o Gnoticias (http://noticias.gospelmais.com.br), em 1995, um novo fenômeno começou acontecer nas reuniões da Comunidade Cristã do Aeroporto de Toronto, no Canadá, enquanto o pastor John Arnott participava de conferências nos Estados Unidos. Um pastor chinês, líder das Igrejas chinesas cantonesas de Vancouver, durante o período de ministração, começou a urrar como um leão. Arnott foi chamado às pressas de volta, para resolver o problema.
Arnott entrevistou o pastor chinês diante da congregação durante uma reunião, e para surpresa de todos, ele caiu sobre as mãos e os pés, e começou a rugir como um leão na plataforma, engatinhando de um lado para o outro, e gritando “Deixem ir meu povo, deixem ir meu povo”. Ao voltar ao normal, o pastor explicou que durante anos seu povo tinha sido iludido pelo dragão, mas agora o leão de Judá haveria de libertá-los. A igreja irrompeu em gritos e aplausos de aprovação, e Arnott convenceu-se que aquilo vinha realmente do Espírito de Deus.

A partir daí, os sons de animais passaram a fazer parte da “bênção de Toronto”, com pessoas rugindo como leão, cantando como galo, piando como a águia, mugindo como o boi, e gritando gritos de guerra como um guerreiro.

Embora não haja base bíblica para profecia através de sons de animais emitidos por cristãos em êxtase, os sons foram definidos por Arnott como “profecias encenadas”, em que Deus fala uma palavra profética à Igreja através de sons de animais.

A prática é baseada em Apocalipse 4.7, que diz: “E havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás. E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando.”.

As pessoas que acreditam na “unção dos quatro seres” dizem que quem está cheio do Espírito Santo recebe essa unção e começa a agir como os animais citados no texto, ou seja; rugir, andar de quatro, pular e até mesmo chorar compulsivamente, levando a pessoa a um quebrantamento e conseqüentemente uma aproximação a Deus.

Embora a passagem bíblica se refira a quatro seres, leão, bezerro, homem e águia, não há menção alguma sobre a referida unção, assim como não há em nenhuma passagem bíblica o fato de alguém que a tivesse recebido.

Os estudiosos entendem que os 4 animais devem ser interpretado como sendo os 4 Evangelhos. O leão representa o Evangelho de Mateus, onde Cristo é apresentado como o Rei dos Judeus; o bezerro representa o Evangelho de Marcos, onde Cristo é representado como o “Servo do Senhor”; o homem, representa o Evangelho de Lucas onde Cristo é apresentado como o Homem Ideal, e finalmente a águia, representa o Evangelho de João que apresenta Cristo como o Filho de Deus.

Para a ciência, esse acontecimento é conhecido como “mesmerismo”. No século XIX, o médico alemão chamado Franz Mesmer estudou cientificamente esses fenômenos mentais, conhecidos também como magnetismo animal. Segundo os estudos, essas alterações são provocadas no comportamento das pessoas com fins terapêuticos, onde as pessoas são induzidas a rir, chorar e a imitar animais.

Se é unção, neste caso os psicólogos independente de ser da ‘bancada’ evangélica consegue transferir a “bênção de Toronto” aos seus pacientes.

Na Bíblia o único cara que se comportou como um animal foi Nabucodonozor, porém não foi uma unção, uma bênção, mas um castigo por não reconhecer o poderio de Jeová.

Alguns animais que ficariam muito bem encenados e representariam melhor a decadência evangélica seria um asno, um jumento, por exemplo, mas ao ler a Bíblia entendemos que esta unção não fica bem para estes animais. Pois deles se afirmam: “O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono ...  , o meu povo não entende.” (Isaías 1:3). Traduzindo: Eles são mais inteligentes que os nossos ‘manos’ ungidos.

Se Deus está dando uma palavra profética para a Sua Igreja através de urros de animais, só tem uma explicação e isso não é nada bom – somos um bando de irracionais. O que se conclui é que não devemos aplaudir, mas evoluir.