sexta-feira, 27 de abril de 2012

O SERVIÇO MÁGICO-RELIGIOSO DA IGREJA EVANGÉLICA BRASILEIRA



O mercado religioso nunca esteve tão em alta no Brasil como agora. De olho neste filão, a Igreja Evangélica Brasileira, na maioria de seus segmentos usam, abusam e reinventam forma e fórmulas para atrair e para fidelizar o cliente (ou fiel).

Na busca da satisfação do cliente, a igreja se ajusta, através da manipulação simbólica, ressignificam elementos rituais, míticos e mágicos da tradição religiosa popular brasileira, visando atender a demanda de clientes inserido em uma sociedade urbanizada e de consumo.

Como “mercado do sagrado”, elas oferecem serviços variados como vidência, tarologia, cartomancia, passes, benzeções, numerologia, entre outros, e prometem a solução de diversos problemas relacionados com a “sorte” e a “boa vida”, embora não use os termos com as palavras descrita acima, o serviço é o mesmo, apenas oferecido de forma inovadora e dentro dos conformes do ‘evangeliquês”.

Se você me pergunta: Então porque a Igreja Evangélica tem crescido tanto? Eis uma resposta, os “consulentes”, ao consumirem os “bens simbólicos” oferecidos pelas “benzedeiras modernas”, além de desejarem que o “seu mundo” seja cada vez melhor, despertam em si mesmos, através do consumo de bens mágico-religiosos, fantasias, emoções, desejos e admiração. Através deles, sua imaginação é constantemente nutrida, realimentando, por sua vez, o consumo variado e freqüente de “serviços” mágico-espirituais. Não é a toa que o “menu” da Igreja está tão variado e sofisticado.

Ainda mais, o cliente brasileiro nutre o consumo da imaginação desencadeada pelos “bens simbólicos” oferecidos nas igrejas, nas quais os serviços mágico-religiosos podem fornecer ferramentas para “sonhos-acordados”. Não é por menos que a tônica tem sido cantar e pregar sobre os “sonhos de Deus” para a vida do cliente.

Na verdade, tudo isso é uma lógica de mercado. Onde o templo é uma loja, o púlpito um expositor de iguarias, o fiel, o cliente ávido para consumir, e as demais ‘lojas’, concorrentes. A diferença é que neste mercado não existe o Código de Defesa do Consumidor (Religioso), sendo lesado, lesado fica.