terça-feira, 30 de agosto de 2011

OS APÓSTOLOS INVENTADOS

Apostolos é derivado de apostellö – verbo grego enviar. Foi usado pela primeira vez na linguagem marítima que significa um navio de carga ou uma frota enviada. Depois o termo passou a ser usado para um comandante de uma expedição naval. Somente em duas passagens em Heródoto é que apóstolo significava um emissário como pessoa individual. Flávio Josefo emprega a palavra para um grupo enviado numa missão (Os judeus enviados para Roma – Ant. DITNT, Colin Brown). O primeiro a usar a palavra no NT foi o primeiro evangelista. Marcos chama os discípulos de Jesus de apostoloi (Mc 6.30). Da mesma forma, todos os outros evangelistas sinóticos os chamam também (Mt 10.2; Lc 9.10; At 4.33). João, no seu Evangelho, apenas os chama de hoi dödeka / os Doze (Jo 6.67-70); porém, no Apocalipse João deixa claro que os reconhecia como ton dodeka apostolon tou arniou / dos doze apóstolos do Cordeiro (Ap 21.14). Nas cartas do Apocalipse, Jesus reconhecia que alguns se diziam apóstolos, mas não eram de fato. Ele os chamou de mentirosos (Ap 2.2). Tiago, Barnabé e Paulo foram considerados pela Igreja como apóstolos na mesma autoridade dos doze de Jesus. O próprio Lucas o reconheceu como apóstolos juntamente com Paulo (At 14.14). Paulo também tinha plena convicção que Barnabé era um apóstolo (1 Co 9.5,6). O contexto era de apóstolos reconhecidos pela Igreja, pois ele fala de Cefas, os irmãos do Senhor e inclui Barnabé como fazendo parte desse círculo. Na carta aos Gálatas, Paulo novamente cita Barnabé num contexto de apóstolos com autoridade reconhecida (Gl 2.9). Portanto, fica claro que além dos doze apóstolos, havia um grupo que a Igreja reconhecia como apostoloi tou Christou encerrado em Paulo. Ele afirma isso quando diz que era um nascido fora do tempo (1Co 15.8), mostrando que Deus já tinha fechado o círculo de apóstolos autorizados na comunidade dos cristãos e que ele era o último comissionado.

A PALAVRA APOSTOLOS SENDO USADA NO SENTIDO GERAL

Apesar de que a palavra apostolos tenha tido um sentido técnico de enviado com autoridade de Cristo e sua designação limitada a somente alguns poucos da Igreja de Cristo, essa palavra foi usada no NT para enviado, servo como em Fp 2.25 que Paulo chama Epafrodito de apostolos. Os tradutores entenderam muito bem que o sentido era de um mensageiro, um enviado apenas, não um título ou um dom. João também coloca essa palavra nos discursos de Jesus quando escreve em Jo 13.16: nem o enviado maior que aquele que o enviou. Deixa claro que essa palavra ainda era usada na sua forma mais simples como alguém que era enviado para algum serviço ou um mensageiro de confiança. Jesus, nesse texto, confirma que todos nós podemos ser um enviado / apostolos.

Os apóstolos que são ordenados hoje em dia, são bem diferentes, veja o porque estou dizendo isso:
  1. Exigem autoridade acima dos pastores e
  2. Geralmente são de igrejas grandes e poderosas
  3. ou líderes de mega ministérios.
  4. Há uma hierarquia: os apóstolos ficam acima dos bispos e esses acima dos pastores.
  5. Há aqueles que precisavam ter um título acima dos apóstolos.
  6. Como não havia na Bíblia, criaram a seu bel prazer o nome de “paipóstolo”.
  7. Esse tipo de comportamento já desqualifica o que significava a palavra em si.

A INTERPRETAÇÃO DE EFÉSIOS 4.11

Tem-se que admitir que esse texto não é tão fácil de interpretação. Por isso a razão de tanta polêmica. Ao que parece os ministérios eram claros na igreja local e que não se precisava explicar detalhes. Porém, precisa-se fazer uso da Hermenêutica e da Exegese para que se possa perceber a intenção de Paulo. Uma regra de Hermenêutica clara de interpretação é atentar primeiramente para o contexto imediato do parágrafo e do livro. A comunidade cristã era ensinada que os apóstolos eram um número limitado, por isso que Paulo sempre começava suas epístolas com a famosa frase apostolos tou Iesou Christou / apóstolo de Jesus Cristo (Ef 1.1). Quando Paulo fala em apóstolos e profetas, precisa-se analisar que é na mesma designação dos textos do mesmo livro Ef 2.20 e 3.5. Paulo explica que a Igreja estava sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo Cristo a Pedra Angular. A Igreja estava consciente de que não havia mais apóstolos com autoridade dos doze além daqueles poucos que Deus escolheu. Partindo disso que se pode analisar Ef 4.11. Não é porque Paulo incluiu os apóstolos e profetas entre evangelistas, pastores e mestres que obrigatoriamente Paulo esteja dizendo que tenha que ter apóstolos e profetas na igreja local, pois Paulo estava escrevendo de uma forma abrangente que Jesus concedeu dons aos homens (Ef 4.8) (o profeta que se fala aqui é aquele que tinha a autoridade de falar a Palavra de Deus inspirada). Isso implica dizer que essa abrangência incluiria até os apóstolos e profetas de número limitado. O que se entende é que Paulo deu a primazia aos fundamentos das Escrituras em primeiro lugar. Seria como se Paulo dissesse: Deus escolheu em primeiro lugar a sua Palavra falada pelos apóstolos e profetas, depois os evangelistas, pastores e mestres. Portanto, é duvidoso que haja apóstolos na igreja local simplesmente porque são citados juntamente com outros dons. No contexto do Novo Testamento ninguém poderiam ser apóstolo além daqueles que foram designados por Deus, pois eles eram os únicos que tinham autoridade de falar a Palavra de Deus com fidelidade. Assim sendo não posso concluir senão dizendo que o que passa disso é invenção dos evangélicos que querem um PAPA sobre eles e líderes que se candidatam e se promovem em cima da ingenuidade e do analfabetismo bíblico e teológico dos fiéis.

2 comentários:

  1. e nao é mesmo. eu nunca vi um apostolo numa igrejinha, só quem tá com no minimo umas 500 pesssoas por aí

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  2. Esses crente não tem nada mais que inventar. A pastorada quer 'tirar a lã', 'chupar o sangue' e 'beber o leite ' das ovelhas. E quem tem mais poder pra isso, os 'APÓSTOLOS'. Santa sacanagem!!!

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