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quarta-feira, 22 de maio de 2013

O MITO DA IMUNIDADE DA UNÇÃO


Entre os evangélicos, há uma máxima – não unânime – de que pastores e demais líderes não devem ser confrontados por serem “o anjo da igreja”, ou o “ungido do Senhor”. Esses argumentos são usados em muitos casos, para apoiar decisões que não encontram respaldo na Bíblia ou até mesmo na doutrina de cada denominação, mas que por teimosia do líder são impostas a seus fiéis.

Passagens na Bíblia onde aparecem tais expressões são usadas e abusadas por líderes mal intencionados. Algumas passagens como estas abaixo são um prato cheio para a hermenêutica da conveniência. Vejamos:

“A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis, dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas”. (1Cr 16:21-22; cf. Sl 105:15).


"O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele [Saul], pois é o ungido do Senhor" (1Sm 24:6). Essa é a mais usada por eles.

Noutra ocasião, Davi impediu com o mesmo argumento que Abisai, seu homem de confiança, matasse Saul, que dormia tranquilamente ao relento: "Não o mates, pois quem haverá que estenda a mão contra o ungido do Senhor e fique inocente?" (1Sm 26:9).


Davi de tal forma respeitava Saul, como ungido do Senhor, que não perdoou o homem que o matou: “Como não temeste estender a mão para matares o ungido do Senhor?” (2Sm 1:14).

Augustus Nicodemus em seu blog postou: Como assim, "não toqueis no ungido do Senhor..."?! e escreveu:

“Esta relutância de Davi em matar Saul por ser ele o ungido do Senhor tem sido interpretado por muitos evangélicos como um princípio bíblico referente aos pastores e líderes a ser observado em nossos dias, nas igrejas cristãs. Para eles, uma vez que os pastores, bispos e apóstolos são os ungidos do Senhor, não se pode levantar a mão contra eles, isto é, não se pode acusa-los, contraditá-los, questioná-los, criticá-los e muito menos mover-se qualquer ação contrária a eles. A unção do Senhor funcionaria como uma espécie de proteção e imunidade dada por Deus aos seus ungidos. Ir contra eles seria ir contra o próprio Deus.


A expressão “ungido do Senhor” usada na Bíblia em referência aos reis de Israel se deve ao fato de que os mesmos eram oficialmente escolhidos e designados por Deus para ocupar o cargo mediante a unção feita por um juiz ou profeta. Na ocasião, era derramado óleo sobre sua cabeça para separá-lo para o cargo. Foi o que Samuel fez com Saul (1Sam 10:1) e depois com Davi (1Sam 16:13).

A razão pela qual Davi não queria matar Saul era porque reconhecia que ele, mesmo de forma indigna, ocupava um cargo designado por Deus. Davi não queria ser culpado de matar aquele que havia recebido a unção real.


Mas, o que não se pode ignorar é que este respeito pela vida do rei não impediu Davi de confrontar Saul e acusá-lo de injustiça e perversidade em persegui-lo sem causa (1Sam 24:15). Davi não iria matá-lo, mas invocou a Deus como juiz contra Saul, diante de todo o exército de Israel, e pediu abertamente a Deus que castigasse Saul, vingando a ele, Davi (1Sam 24:12). Davi também dizia a seus aliados que a hora de Saul estava por chegar, quando o próprio Deus haveria de matá-lo por seus pecados (1Sam 26:9-10).


O Salmo 18 é atribuído a Davi, que o teria composto “no dia em que o Senhor o livrou de todos os seus inimigos e das mãos de Saul”. Não podemos ter plena certeza da veracidade deste cabeçalho, mas existe a grande possibilidade de que reflita o exato momento histórico em que foi composto. Sendo assim, o que vemos é Davi compondo um salmo de gratidão a Deus por tê-lo livrado do “homem violento” (Sl 18:48), por ter tomado vingança dos que o perseguiam (Sl 18:47).

Em resumo, Davi não queria ser aquele que haveria de matar o ímpio rei Saul pelo fato do mesmo ter sido ungido com óleo pelo profeta Samuel para ser rei de Israel. Isto, todavia, não impediu Davi de enfrentá-lo, confrontá-lo, invocar o juízo e a vingança de Deus contra ele, e entregá-lo nas mãos do Senhor para que ao seu tempo o castigasse devidamente por seus pecados.

O que não entendo é como, então, alguém pode tomar a história de Davi se recusando a matar Saul, por ser o ungido do Senhor, como base para este estranho conceito de que não se pode questionar, confrontar, contraditar, discordar e mesmo enfrentar com firmeza pessoas que ocupam posição de autoridade nas igrejas quando os mesmos se tornam repreensíveis na doutrina e na prática.



Não há dúvida que líderes espirituais merecem respeito e confiança, e que deve acatar a autoridade deles – enquanto, é claro, eles estiverem submissos à Palavra de Deus, pregando a verdade e andando de maneira digna, honesta e verdadeira. Quando se tornam repreensíveis, devem ser corrigidos e admoestados. Paulo orienta Timóteo da seguinte maneira, no caso de presbíteros (bispos/pastores) que errarem:

"Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas. Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam" (1 Tim 5.19-20).


Os “que vivem no pecado”, pelo contexto, é uma referência aos presbíteros mencionados no versículo anterior. Os mesmos devem ser repreendidos publicamente.


Nunca os apóstolos de Jesus Cristo apelaram para a “imunidade da unção” quando foram acusados, perseguidos e vilipendiados pelos próprios crentes. O melhor exemplo é o do próprio apóstolo Paulo, ungido por Deus para ser apóstolo dos gentios. Quantos sofrimentos ele não passou às mãos dos crentes da igreja de Corinto, seus próprios filhos na fé! (1 Co 4.8-17).

Por que é que não encontramos no texto acima, nesta queixa de Paulo a repreensão, “como vocês ousam se levantar contra o ungido do Senhor?” Homens de Deus, os verdadeiros ungidos por Ele para o trabalho pastoral, não respondem às discordâncias, críticas e questionamentos calando a boca das ovelhas com “não me toque que sou ungido do Senhor,” mas com trabalho, argumentos, verdade e sinceridade.”

Não foram os liderados que inventaram a “imunidade da unção”, foram os próprios “ungidos”, com o objetivo de ficar impune nos crimes eclesiásticos. E tem funcionado, infelizmente!



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

UNÇÃO ANIMAL – O NOVO CIRCO DOS EVANGÉLICOS


Segundo o Gnoticias (http://noticias.gospelmais.com.br), em 1995, um novo fenômeno começou acontecer nas reuniões da Comunidade Cristã do Aeroporto de Toronto, no Canadá, enquanto o pastor John Arnott participava de conferências nos Estados Unidos. Um pastor chinês, líder das Igrejas chinesas cantonesas de Vancouver, durante o período de ministração, começou a urrar como um leão. Arnott foi chamado às pressas de volta, para resolver o problema.
Arnott entrevistou o pastor chinês diante da congregação durante uma reunião, e para surpresa de todos, ele caiu sobre as mãos e os pés, e começou a rugir como um leão na plataforma, engatinhando de um lado para o outro, e gritando “Deixem ir meu povo, deixem ir meu povo”. Ao voltar ao normal, o pastor explicou que durante anos seu povo tinha sido iludido pelo dragão, mas agora o leão de Judá haveria de libertá-los. A igreja irrompeu em gritos e aplausos de aprovação, e Arnott convenceu-se que aquilo vinha realmente do Espírito de Deus.

A partir daí, os sons de animais passaram a fazer parte da “bênção de Toronto”, com pessoas rugindo como leão, cantando como galo, piando como a águia, mugindo como o boi, e gritando gritos de guerra como um guerreiro.

Embora não haja base bíblica para profecia através de sons de animais emitidos por cristãos em êxtase, os sons foram definidos por Arnott como “profecias encenadas”, em que Deus fala uma palavra profética à Igreja através de sons de animais.

A prática é baseada em Apocalipse 4.7, que diz: “E havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás. E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando.”.

As pessoas que acreditam na “unção dos quatro seres” dizem que quem está cheio do Espírito Santo recebe essa unção e começa a agir como os animais citados no texto, ou seja; rugir, andar de quatro, pular e até mesmo chorar compulsivamente, levando a pessoa a um quebrantamento e conseqüentemente uma aproximação a Deus.

Embora a passagem bíblica se refira a quatro seres, leão, bezerro, homem e águia, não há menção alguma sobre a referida unção, assim como não há em nenhuma passagem bíblica o fato de alguém que a tivesse recebido.

Os estudiosos entendem que os 4 animais devem ser interpretado como sendo os 4 Evangelhos. O leão representa o Evangelho de Mateus, onde Cristo é apresentado como o Rei dos Judeus; o bezerro representa o Evangelho de Marcos, onde Cristo é representado como o “Servo do Senhor”; o homem, representa o Evangelho de Lucas onde Cristo é apresentado como o Homem Ideal, e finalmente a águia, representa o Evangelho de João que apresenta Cristo como o Filho de Deus.

Para a ciência, esse acontecimento é conhecido como “mesmerismo”. No século XIX, o médico alemão chamado Franz Mesmer estudou cientificamente esses fenômenos mentais, conhecidos também como magnetismo animal. Segundo os estudos, essas alterações são provocadas no comportamento das pessoas com fins terapêuticos, onde as pessoas são induzidas a rir, chorar e a imitar animais.

Se é unção, neste caso os psicólogos independente de ser da ‘bancada’ evangélica consegue transferir a “bênção de Toronto” aos seus pacientes.

Na Bíblia o único cara que se comportou como um animal foi Nabucodonozor, porém não foi uma unção, uma bênção, mas um castigo por não reconhecer o poderio de Jeová.

Alguns animais que ficariam muito bem encenados e representariam melhor a decadência evangélica seria um asno, um jumento, por exemplo, mas ao ler a Bíblia entendemos que esta unção não fica bem para estes animais. Pois deles se afirmam: “O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono ...  , o meu povo não entende.” (Isaías 1:3). Traduzindo: Eles são mais inteligentes que os nossos ‘manos’ ungidos.

Se Deus está dando uma palavra profética para a Sua Igreja através de urros de animais, só tem uma explicação e isso não é nada bom – somos um bando de irracionais. O que se conclui é que não devemos aplaudir, mas evoluir.