“Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E
eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar
sobre o lugar onde estava o menino e ali parou. A aparição daquela estrela os
encheu de profunda alegria.” (Mt 2.9,10).
O nascimento de Jesus é relatado com cenários de
muita luz. É luz em meio às trevas. A aparição angelical entre os pastores e a
estrela guia dos magos que procuravam o menino Rei, se deram em meio à noite
escura. É por isso que as comemorações natalinas ainda nos dias atuais estão
repletas de luzes.
No festejo natalino tem muita luz e nos alegramos
com seu brilho. Essa luz desperta em nós recordações da infância, nostalgia e
ao mesmo tempo é gratificante. Essa luz natalina não tem apenas um sentido
estético ela é sim símbolo de algo maior. Quer nos dirigir uma palavra, uma
mensagem a nós. A luz eterna quer iluminar o nosso mundo escuro, a nossa “noite
escura”.
Isso pressupõe que devemos entender que estamos
vivendo num “mundo escuro” e que estamos no meio da “noite escura”. A segurança
existencial da humanidade está abalada e obscurecida. Sempre esteve. Tanto para
aquelas pessoas que neste natal estão vivendo guerras e consequências destas
guerras em seus países, quantas para aquelas outras famílias que vivem sobre o
ameaçador perigo da crise econômica. Bem como aquelas pessoas que estão em
conflitos existenciais, sem paz, sem alegria, em plena guerra interior. Sem
valores morais, sem elevada autoestima. E muitos sem o “pão nosso de cada dia”
sobre as suas mesas.
É neste mundo escuro e em meio a esta noite
tenebrosa que os raios da esperança que rompem as nuvens sombrias da angústia iluminam
a alma da humanidade. E a aparição desta estrela nos enche de profunda alegria.
Num mundo escuro onde não sabemos por onde caminhar, onde não sabemos para onde
ir essa luz é luz para o nosso caminho e lâmpadas para os nossos pés.
Mas não devemos apenas pensar que o mundo em nossa
volta está escuro, senão que o mundo em nosso interior também é escuro e
inquietante. Que essa luz não apenas brilhou no mundo externo dos pastores de
Belém, nem a estrela guiou o caminho externo dos magos, mas, sobretudo brilhou no
mundo e no caminho do interior de cada um deles. Um natal de luz apenas nas
vitrines e nos vitrais da catedral não pode iluminar a parte mais escura deste
mundo que é coração do homem.
Portanto, as luzes de natal só terá sentido para os
homens quando nos dermos conta que precisamos nos tornar “filhos e filhas da
luz”.
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