O conceito sobre o inferno de fogo começou a ser adotado
pela igreja católica principalmente a partir do Século II, bem depois da época
dos primitivos cristãos.
Havia uma
discordância entre os Pais da Igreja acerca do inferno. Por exemplo, Justino, o
Mártir, Clemente de Alexandria, Tertuliano e Cipriano acreditavam que o
inferno era um lugar de fogo. Orígenes e o teólogo Gregório de Nissa achavam
que o inferno era um lugar de separação de Deus — de sofrimento espiritual. Foi
de Agostinho de Hipona, o conceito de que o sofrimento no inferno era tanto
espiritual como físico — conceito que passou a ser aceito. Assim já no
Século V essa doutrina já prevalecia em toda a parte.
No século
XVI, com o advento da Reforma, os protestantes tais como Martinho Lutero e João
Calvino entenderam que o tormento ardente do inferno simbolizava passar a
eternidade separado de Deus.
No Século
XVIII o pregador protestante Jonathan Edwards ressurgiu o aterrorizante inferno
e suas chamas com a descrição vívida do inferno em seu famoso sermão “Pecadores
Nas Mãos de Um Deus Irado”.
Pouco
depois, já no Século XX o fogo do inferno começou a apagar lentamente vindo quase
fechar as portas.
No
Cristianismo existem diversas concepções a respeito do inferno, correspondentes
às diferentes correntes cristãs. A ideia de que o inferno é
um lugar de condenação eterna, tal como se
apresenta hoje para diversas correntes cristãs, nem sempre foi e ainda não é
consenso entre os cristãos.
A título de
exemplo resumimos o pensamento de algumas correntes cristãs a respeito do tema.
Sendo:
1). Nos primeiros séculos do cristianismo - Houve quem defendesse que a permanência da alma no inferno era temporária, uma
vez que inferno significa "sepultura", de onde, segundo os Evangelhos, a
pessoa pode sair quando da ressurreição. Essa
ideia é defendida hoje por várias correntes cristãs.
2).
Entre os católicos - Para a corrente católica,
conduzida pela Igreja Católica Apostólica Romana, o
inferno é eterno e corresponde a um dos chamados novíssimos: a morte, o juízo
final, o inferno e o paraíso.
3).
Entre os protestantes - Para o protestantismo segundo a sua compreensão das
escrituras ao morrer ninguém ainda estará no céu ou no inferno mas num lugar de
descanso, ao lado de Cristo, ou num lugar de tormento, aguardando
conscientemente o julgamento, esse julgamento não é para definir quem será
salvo ou não, pois isso será definido em vida, mas para o recebimento das
recompensas segundo as práticas boas ou más, isto é o galardão.
4).
Para os Espíritas - O inferno, segundo a visão do espírita, é um
estado de consciência da
pessoa que incorre em ações contrárias às estabelecidas pelas Leis
morais, as quais estão esculpidas na consciência de cada
pessoa.
5).
Islã - No Islã, o
inferno é eterno, consistindo em sete portões pelos quais entram as várias
categorias de condenados, sejam eles muçulmanos injustos
ou não-muçulmanos. Como na crença judaica, para o islamismo o inferno também é
um lugar de purificação das almas, onde aqueles que, se ao menos um dia de suas
vidas acreditaram que Deus (Allah) é único, não Gerou e nem Foi gerado, terão
suas almas levadas ao Paraíso um dia.
6).
Budismo - De certo modo, todo o samsara é
um lugar de sofrimento para o budismo,
visto que em qualquer reino do samsara existe sofrimento. Entretanto, em alguns
reinos, o sofrimento é maior correspondendo à noção de inferno como lugar ou
situação de maior sofrimento e menor oportunidade de alcançar a liberação do
samsara.
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