Está fazendo um ano que escrevi este artigo e enviei para um amigo, que brincou comigo dizendo: “vou mandar publicar isso no batista nacional”. Levei na brincadeira e meses depois comecei a receber telefonemas e e-mail perguntando o que era aquilo, porque tinha desviado, porque havia deixado de ser ‘crente’ e coisas afins. Não entendia o porquê do questionamento até que alguém me disse que haviam publicado um artigo assinado por mim no jornal O Batista Nacional, com este título: “VOU DEIXAR DE SER ‘EVANGÉLICO’ PARA NÃO ME TORNAR CATÓLICO” e o que segue é a transcrição na íntegra conforme o jornal publicou no terceiro trimestre de 2009.
A família do meu pai era toda católica; a da minha mãe, batista. Minha mãe se viu sufocada pelo catolicismo de meu pai até os idos de 60, quando se converteu no movimento da Renovação Espiritual. Nasci entre dois berços, o católico e o batista. Em minha adolescência me tornei batista, algo esperado uma vez que o catolicismo não era tão influente na vida de meu pai (que também se tornou batista nos anos 90). Não fui batizado, nem crismado, nem estudei o catolicismo católico.
Hoje me deleito lendo a teologia católica, alguns pais, outros medievais, uns modernos, outros progressistas. Não me prendo nas eras mais gosto deles. Ler os católicos me abriu os olhos para perceber algumas coisas em nossa igreja ‘protestante’. Eles nos chamam de ‘irmãos desviados’ e creiam, podem nos ensinar um pouco com sua história. A história também nos ensina muitas coisas, inclusive como eles estão se convertendo e nós nos desviando.
Você reparou como tem sido a pregação em muitas paróquias católicas, ou mesmo, o que pregam os padres na televisão? Fascinante! Atentou o que tem sido pregado nas catedrais evangélicas, ou nos canais de TV de nossos irmãos?
Apesar de gostar da teologia deles eu não quero me tornar católico. Já passei da idade. Não o fiz naquela época agora não me interessa mais. Mas também não quero continuar sendo ‘evangélico’... não este ‘evangélico’ que está por aí. Não posso dizer que sou esse tipo de ‘evangélico’ pois vai de encontro à consciência teológica que formaram dizendo: isso é ser evangélico e aquilo é ser católico.
Cresci dividido entre a teologia católica e a teologia evangélica. Ensinaram-me que nós estávamos certos e eles errados. Agora, tudo ou quase tudo que eles pregavam e nós refutávamos, de repente, eles silenciam e alguns fazem ecoar em nossos púlpitos.
Lembro-me de minha avó, senhora muito devota, tinha em casa os quadros e as imagens dos santos de devoção. Duas imagens se destacavam: Nossa Senhora da Penha e São Sebastião. Talvez por isso tivesse tanto Sebastião e Sebastiana em nossa família. Lá estavam o terço, o rosário, a vela e o oratório. Ela sabia todas as rezas de cor e salteado, era católica praticante.
Em nossa casa não tínhamos nenhuma imagem, nenhum santinho. Não éramos católicos. Naquela época quem era evangélico não podia e nem precisava ter estas coisas em casa. Mais hoje para ser um crente fervoroso, piedoso e devoto mesmo, é preciso ter: água benzida pelo missionário ou apóstolo tal, cajado do impossível, toalhinha consagrada, martelinho, tijolinho, espada, ramo de arruda, sal grosso, sabonete da purificação, óleo ungido de Israel, água do Rio Jordão, rosa do descarrego, chave das promessas, chave de Davi...
Ah! Que saudades da casa de minha avó! Pelo menos lá ela nos contava as proezas e os ensinos dos santos de devoção. Se a gente não recebesse graça nenhuma, pelo menos ficava o aprendizado e o deleite de uma boa história. Tudo de graça, não gastávamos um centavo se sequer. Ora, minha avó (que Deus a tenha) era tida pelos evangélicos como cega, idólatra e perdida. E estes evangélicos, quem lhes apontará o dedo em juízo e os chamará de cegos, idólatras e perdidos? Os católicos? Ah, quem dera alguém nos trouxesse de novo a luz, ao menos de uma vela. Até que isso aconteça, vou deixar de ser ‘evangélico’, porque não quero me tornar católico romano disfarçado.
A família do meu pai era toda católica; a da minha mãe, batista. Minha mãe se viu sufocada pelo catolicismo de meu pai até os idos de 60, quando se converteu no movimento da Renovação Espiritual. Nasci entre dois berços, o católico e o batista. Em minha adolescência me tornei batista, algo esperado uma vez que o catolicismo não era tão influente na vida de meu pai (que também se tornou batista nos anos 90). Não fui batizado, nem crismado, nem estudei o catolicismo católico.
Hoje me deleito lendo a teologia católica, alguns pais, outros medievais, uns modernos, outros progressistas. Não me prendo nas eras mais gosto deles. Ler os católicos me abriu os olhos para perceber algumas coisas em nossa igreja ‘protestante’. Eles nos chamam de ‘irmãos desviados’ e creiam, podem nos ensinar um pouco com sua história. A história também nos ensina muitas coisas, inclusive como eles estão se convertendo e nós nos desviando.
Você reparou como tem sido a pregação em muitas paróquias católicas, ou mesmo, o que pregam os padres na televisão? Fascinante! Atentou o que tem sido pregado nas catedrais evangélicas, ou nos canais de TV de nossos irmãos?
Apesar de gostar da teologia deles eu não quero me tornar católico. Já passei da idade. Não o fiz naquela época agora não me interessa mais. Mas também não quero continuar sendo ‘evangélico’... não este ‘evangélico’ que está por aí. Não posso dizer que sou esse tipo de ‘evangélico’ pois vai de encontro à consciência teológica que formaram dizendo: isso é ser evangélico e aquilo é ser católico.
Cresci dividido entre a teologia católica e a teologia evangélica. Ensinaram-me que nós estávamos certos e eles errados. Agora, tudo ou quase tudo que eles pregavam e nós refutávamos, de repente, eles silenciam e alguns fazem ecoar em nossos púlpitos.
Lembro-me de minha avó, senhora muito devota, tinha em casa os quadros e as imagens dos santos de devoção. Duas imagens se destacavam: Nossa Senhora da Penha e São Sebastião. Talvez por isso tivesse tanto Sebastião e Sebastiana em nossa família. Lá estavam o terço, o rosário, a vela e o oratório. Ela sabia todas as rezas de cor e salteado, era católica praticante.
Em nossa casa não tínhamos nenhuma imagem, nenhum santinho. Não éramos católicos. Naquela época quem era evangélico não podia e nem precisava ter estas coisas em casa. Mais hoje para ser um crente fervoroso, piedoso e devoto mesmo, é preciso ter: água benzida pelo missionário ou apóstolo tal, cajado do impossível, toalhinha consagrada, martelinho, tijolinho, espada, ramo de arruda, sal grosso, sabonete da purificação, óleo ungido de Israel, água do Rio Jordão, rosa do descarrego, chave das promessas, chave de Davi...
Ah! Que saudades da casa de minha avó! Pelo menos lá ela nos contava as proezas e os ensinos dos santos de devoção. Se a gente não recebesse graça nenhuma, pelo menos ficava o aprendizado e o deleite de uma boa história. Tudo de graça, não gastávamos um centavo se sequer. Ora, minha avó (que Deus a tenha) era tida pelos evangélicos como cega, idólatra e perdida. E estes evangélicos, quem lhes apontará o dedo em juízo e os chamará de cegos, idólatras e perdidos? Os católicos? Ah, quem dera alguém nos trouxesse de novo a luz, ao menos de uma vela. Até que isso aconteça, vou deixar de ser ‘evangélico’, porque não quero me tornar católico romano disfarçado.
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