Era inevitável que as religiões, inclusive o cristianismo, se aproximassem dos meios de comunicação. Afinal, evangelho quer dizer exatamente "boa notícia". Portanto, são meios que podem ser postos a esse serviço. Porém, o que se está fazendo com esses meios de comunicação em nome de Deus é que é a questão. Não se espere daí uma palavra profética em nome da justiça, dos pobres, porque é um anúncio mutilado que precisa sobreviver segundo as regras do mercado.
Ligando o rádio, vamos ouvir mais uma vez uma série de programas católicos e evangélicos. Grande parte é programa musical, dessas com uma pobreza literária, melódica, bíblica, teológica de arrepiar os ossos, com meia dúzia de palavras já previsíveis -amém, aleluia, glória, eu e Deus, Deus e eu, eu te amo- inundando nossos ouvidos. O capital demorou para descobrir que religião é um ótimo comércio, mas agora explora até a última medalhinha milagrosa para fazer dinheiro.
Mas, não é só. Pregadores desfilam programas comprados em outros canais comerciais tanto durante o dia como pelas madrugadas. Há uma super oferta de pregações, cultos, missas, terços - misturados com ofertas de produtos -, sempre em nome de Deus.
O certo é que, em nenhuma outra época, se manipulou tanto o nome de Deus como nessa que vivemos. Nessas eleições, então, chegou-se às raias da aberração. A difamação, calúnia, parcialidade, tanto por alguns bispos católicos, quanto por alguns pastores perdeu qualquer referência bíblica de respeito pelo próximo. Com dois pesos e duas medidas para avaliar e recomendar candidatos perdeu-se até o senso da dignidade.
Ninguém manipula a Deus, mas pode manipular seu nome. E os meios de comunicação tornaram-se o altar da profanação do “Santo Nome de Deus”.
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