Ninguém pode ler as Escrituras sem perceber que suas páginas é um retrato da realidade existencial do ser humano. Logo no início nos deparamos sem muita ciência ou qualquer rigorosidade científica, Moisés, compilando as principais tradições orais dos antigos hebreus, acerca da criação dos céus, da terra, dos animais e tudo o que há na terra, inclusive deixa escrito duas tradições importantes sobre a criação do homem e da mulher.
Mas não fica nisso, ele não se detêm nesta descrição, pois o que ele quer, não é explicar a Criação, mas a Queda da Criação. Ele quer mostrar como a Criação se perdeu. Como foi possível alguém que se havia feito bom, justo e santo, que habitava em lugares de delícias, refrigério, paz e comunhão com o Criador se desprendeu de tal condição e caiu para um vazio, para um estado de depravação e descaracterização da imagem do Criador, indo ter com os "espinhos e abrolhos" desta vida.
E por isso ele usa o capítulo 3 de Gênesis para explicar em alto e bom tom, segundo as narrativas hebréias (existe narrativas de outros povos sobre a Queda), como tudo começou a se perder.
Na personificação do mal, está a serpente, na possibilitadora da Queda está a mulher, que deu ouvido a serpente, e no desfecho final da Queda, está o homem, que cede às novas exigências e toma a decisão de se esconder do Criador.
Envergonhado, despido, cabisbaixo e expulso do paraíso está agora aquele que era a coroa da Criação. Vai embora em busca do nada, n a tentativa de se reencontrar o Caminho da volta, faz-se novos caminhos que no fim é morte. Na plantação de novos sonhos, nada se colhe senão tempestade. Na loucura de seus pensamentos se fundamenta a idolatria, e cada vez mais se distancia do Caminho e da face do Criador. E na proporção que caminha perdido na "noite escura", novas faces do Criador vai surgindo, novos deuses vão sendo inventados e personificados, na tentativa de encontrar aquele que o fez, e um dia com ele falou. Mas o que encontra é apenas uma medida de quão distante está do "Deus desconhecido".
E quando chegamos nas páginas do Evangelho, a mensagem é a mesma: "O homem está perdido". O Cristo, segundo Adão, sabe da real situação da criatura. E por isso estabelece que a luz raiou na "noite escura" do ser humano e aqueles que viviam nas regiões da sombra da morte, raiou uma "grande luz". Na sua missão, define como meta, "buscar e salvar aquele que se havia perdido". Aquele não era somente Zaqueu, mas todos os homens, posto que todos estavam perdidos.Todos os que por uma ato de desobediência de um só, (Adão), agora por um ato de obediência de um só (Jesus Cristo), podem ser reencontrados e trazidos de volta ao coração do Pai - Criador.
O Criador já nos mandou o Achador de perdidos - Jesus Cristo. Todos serão achados por Ele. Pois para isso Ele veio. Como aconteceu com Natanael, antes de ser chamado por Felipe, Cristo já o havia visto, num lugar anterior ao encontro com o Cristo. Não importa onde o ser humano está, Cristo já o viu e já veio ao seu encontro. E certamente veremos o "céu aberto" e o Pai nos chamando dizendo: "Vinde benditos meu...", porque de ninguém mais somos senão do Criador, que nos Fez e nos Encontrou em Cristo Jesus.
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