quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

PASTORES-LOJISTAS E CRENTES-CLIENTES – UM SHOPPING-CENTER CHAMADO ‘IGREJA’

O que você espera encontrar na igreja evangélica? Qual o tipo de atendimento você espera receber? Que tipo de ‘produto’ você deseja levar para casa? Observando nossa igreja evangélica e seus ministros nos fazem crer que o que estas oferecem tais como: programas, encontros, retiros, oficinas, conferências, mas parece um serviço de consumo. A mentalidade do marketing predomina, a ilusão de que o mero uso de técnicas e programas irá resultar em sucesso e crescimento. Ao que nos parece os pastores e suas igrejas se se metamorfosearam num grupo de lojistas. Eles estão preocupados com as preocupações dos lojistas: como manter seus clientes felizes, como atrair mais clientes para longe dos competidores do outro lado da rua e como empacotar seus produtos de forma que os consumidores paguem mais dinheiro. Alguns deles são muito bons lojistas. Eles atraem uma multidão de consumidores, angariam grandes somas de dinheiro, adquirem esplendida reputação. Mesmo assim isso é apenas comércio. É verdade que sejam bons donos de lojas, mas não deixam de ser apenas lojistas. Igrejas se tornam firmas, meras lojas que fabricam e vendem produtos religiosos, em busca de clientes e aumento de sua fatia no competitivo mercado religioso. Mesmo sem toda a sofisticação das grandes empresas, elas têm aprendido a utilizar as estratégias de marketing de maneira eficaz, procurando conhecer as demandas do público, oferecendo-lhe produtos diferenciados das outras igrejas e específicos às necessidades físicas, emocionais, profissionais e espirituais dos membros, para que possam satisfazer os seus desejos. A Igreja neste contexto deixa de ser o povo de Deus e assume dimensões materialistas e consumistas. Essas igrejas tendem a serem dominadas por uma prática de vida auto-centrada, egoístas, mais preocupadas com a edificação de seus impérios pessoais do que com a expansão do Reino de Deus. Diante de tantos produtos religiosos e opções eclesiásticas, lamentavelmente o crente-cliente e o visitante desigrejado se vêem com total liberdade para utilizar critérios consumistas na escolha da melhor igreja. Os critérios são semelhantes àqueles utilizados na escolha de um restaurante ou pizzaria: prazer, sabor, gosto, qualidade do produto e atendimento, promoções, boa propaganda, etc. O envolvimento nas igrejas em geral é estritamente opcional e exercitado pelo indivíduo, com sua própria decisão pessoal. Já vimos que, como resultado, membros e não-membros são vistos como consumidores religiosos atrás de produtos, buscando os serviços religiosos que melhor se encaixem às suas necessidades pessoais.
A impressão é que o reino de Deus poderia ser alcançado através de genialidade humana e capacidade profissional. No fundo do coração, cresce a florzinha da auto-suficiência que afirma ser o crescimento da igreja resultado muito mais do planejamento e esforço humano do que ação de Deus e poder do Espírito Santo.

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